quinta-feira, 28 de julho de 2011

o fingimento segundo

Eu já fui louca. Agora sou mais paciente, mais branda com o mundo. Agora não procuro a verdade - deixei de ser parva: ela não existe. Já não brilho, mas também não sou metódica.
Sou o meio-termo. Eu sou a nojenta virtude que é estar no meio, sempre em equilíbrio. Com princípios que estou sempre a rejeitar, com insultos a mim própria que fazem com que me ardam os olhos. Não consigo ficar a olhar para mim num espelho, durante muito tempo.

Já não prefiro a noite. As cores frias da noite que se torna manhã, durante a calma das ruas e o silêncio da cidade, tornaram-se o meu leito.

Sou de madrugada. De resto, só me resta fingir.

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