quinta-feira, 11 de agosto de 2011

o fingimento sétimo

saber ler a mente, pensar, ser. estou doente. sinto a vontade de escrever nas mãos. louca, sou louca, sem ser louca; sou puta, sem ser puta. os meus pés tocam-se, enquanto ouço um nome - o meu - e penso: em que fase da minha vida estarei? roguei muitas pragas a mim mesma e só falo de mim, porque preciso de me referir a alguém e não vou escrever sobre outros directamente. os outros são eu, somos todos. iguais, diferentes, iguais. estou com a minha imaginação a correr e fico feliz por conseguir escrever com os olhos fechados: estou deitada de barriga para cima, tenho as pernas ligeiramente abertas e estou a tocar no pescoço de alguém que está virado para mim. o cheiro. um barulho interrompe-me o sonho, a espera. novamente, sozinha. vou fingir que durmo - estou a enlouquecer com o sono e com a falta de lucidez. torno-me fiel, o meu ritmo já não é o mesmo, acalmo o peito e fecho os olhos. saberei se amanhã haverá luz em mim.

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